O cantor Serginho Barbosa mergulha na tradição musical carnavalesca de Itabirito em novo CD

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Em 2006, selecionado pela Mostra de Música de Itabirito, o cantor Serginho Barbosa teve a ideia de reunir, em um show, diversas fases da música carnavalesca da sua cidade natal, localizada a aproximadamente 55 km de Belo Horizonte. Ao longo do século XX, diversos compositores locais se dedicaram a criar marchas, sambas-enredo, frevos, ritmos afro-brasileiros e até hinos, que embalaram os clubes tradicionais, as escolas de samba, os blocos caricatos e os salões de baile.

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Mais de uma década depois, nasce o CD Circo dos Amores, que o cantor mineiro registrando 10 destas canções. Seis delas, fizeram parte de dois singles lançados em 2008 e 2009. No primeiro, Serginho gravou, em versões novas e arranjos assinados por Caio Gracco, os hinos dos clubes Itabirense, União e Usina Esperança, todas compostas pelo talentoso Tertuliano Silva, uma espécie de Lamartine Babo local. As canções eram hits dos carnavais locais, além de embalarem as vitórias das suas equipes esportivas. Em 2009, foi a vez da gravação de três sambas-enredo das escolas de samba itabiritenses: Arco-Íris, Império da Saudade e Mocidade Mineira. As escolas não desfilam mais, mas ficou o legado das alas de compositores. Os arranjos são do cavaquinista Warley Henrique. Os dois singles foram produzidos por Thelmo Lins.

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Para completar o disco Circo dos Amores, as quatro faixas restantes foram gravadas em 2018. Circo dos Amores (Zizi Pimenta), Frevo Mineiro (Antônio Carlos Dias ? Telefunken), Pedido a São Pedro (Raimunda Salvador) e Triste Carnaval (Francisco Silva) foram compostas em décadas diferentes. Os dois primeiros autores ainda estão atuantes; Raimunda Salvador e Francisco Silva já são falecidos. Esta parte teve a direção musical de Warley Machado. Completam o time, músicos renomados na cena contemporânea mineira como Rogério Delayon, Bill Lucas, Robson Batata, Leonardo Barreto, Geraldo Magela, Wellington Damaso, dentre outros. O trabalho tem a direção executiva do próprio Serginho Barbosa.

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A unidade do trabalho é o respeito à história musical de Minas Gerais, que por vezes deixa muitos artistas relegados ao esquecimento, principalmente aqueles que surgiram numa época em que fazer o registro fonográfico era difícil e extremamente dispendioso. Com essas versões, pelo menos este time de autores ganha um sopro de revitalização e pode ser conhecido pelas novas gerações.

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